Criaturas monstruosas da Mitologia Grega

Cérbero

O cão de três cabeças que guarda o reino dos mortos, o Hades. A fera é uma mistura de animais ferozes, pois tem garras de leão, juba feita de cobras e calda de serpente. O monstruoso protetor do Hades era filho de Tífon e Quimera, outras duas monstruosidades mitológicas. As narrativas dão conta de que alguns afortunados conseguiram escapar do abominável Cérbero, mas recorrendo a magia ou outros estratagemas, mas somente Hércules encarou o monstro e o derrotou na porrada!

Empousa

 A filha de Hecate não era nada amistosa. Ela era uma divindade que bebia sangue de homens enquanto eles dormiam e foi rebaixada à condição de monstruosidade que devorava viajantes noturnos. Empousa é frequentemente descrita como um demônio ou monstro feminino, e sua lenda está associada a histórias de sedução e terror. Segundo o mito, Empousa tinha a capacidade de se transformar e muitas vezes assumia a forma de uma bela mulher para seduzir os viajantes, principalmente os homens jovens. Depois de seduzi-los, ela então revelava sua verdadeira forma — muitas vezes descrita como tendo uma perna de bronze e outra de burro — e os aterrorizava ou os levava à loucura. Empousa também era associada com vampirismo ou canibalismo em algumas versões do mito, sugando o sangue ou devorando a carne de suas vítimas. Sua figura é um exemplo clássico do arquétipo da “mulher fatal” na mitologia grega, representando tanto o desejo quanto o perigo.

Górgonas

 Medusa, Esteno e Euryale eram as três irmãs com serpentes em suas cabeças e presas afiadas, que possuíam o poder de petrificar quem olhasse diretamente para elas. Foram transformadas em monstros por Atena, que se incomodou com a beleza das filhas de Fórcis e Ceto, pois eram tão belas quanto a poderosa deusa da sabedoria – que não gostava nada dessa situação. Medusa, a mais famosa das irmãs, era a única das Górgonas que, também por culpa de Atena, não era dotada da imortalidade.

Pássaros do Lago Estínfalo

 Estas criatura aladas eram metálicas monstruosidades que podiam até interromper a luz do sol sobre a Terra. Eles comiam pessoas e espantavam o terror por onde passavam, mas Hércules – novamente ele – matou as aves terríveis usando flechas envenenadas com sangre de uma hidra. Esses pássaros eram habitantes do Lago Estínfalo, na Arcádia, eram conhecidos por vários atributos notáveis e aterrorizantes. Eles tinham penas de bronze, que podiam lançar como se fossem flechas mortais. Essas penas eram afiadas e poderosas, capazes de perfurar armaduras e causar grandes danos. Eram agressivos, devastavam as plantações, atacavam pessoas e animais, e espalhavam caos. E, para piorar, eles eram muitos. O sexto trabalho de Hércules era livrar o Lago Estínfalo dessas criaturas perigosas. Ele conseguiu essa façanha com a ajuda da deusa Atena e um par de címbalos mágicos dados a ele por Hermes. O barulho dos címbalos assustou os pássaros, fazendo com que eles voassem para longe, e Hércules então atirou neles com suas flechas, eliminando-os.

Quimera

 O híbrido monstruoso tinha três cabeças, mas só uma em seu torso, que era de um leão. Uma cabeça de cabra pendia desde suas costa e outra cabeça de dragão que cuspia fogo também compunham a constituição da besta mitológica, que possuía uma cauda de serpente e outra de leão, além de asas. Quando alguém alegava ter visto a criatura isso significava um presságio muito ruim, sobretudo alguma catástrofe natural. Quimera foi derrotada pelo herói Belerofonte, que atirou uma lança com ponta de chumbo na boca que cuspia fogo, sendo tal ponta derretida pelo calor, provocando o sufocamento do monstro.

Centauros Marinhos

 Havia um par de irmãos híbridos (Bythos e Aphros) que eram parcialmente humanos, equinos e peixes. Eram meios-irmãos do centauro Quíron e filhos de Cronos e da ninfa Philyra. Eles respiravam sob as águas, eram exímios nadadores  e se comunicavam com as criaturas aquáticas e, apesar de monstruosos, eram seres pacíficos e sábios.

Tifão (Tífon)

 Era o mais temível monstro mitológico, que chegou até a derrotar Zeus, arrancando seus músculos, veias e nervos – depois restituídos por Hermes. Foi gerado por Gaia e o Tártaro e foi ofertado à Hera na forma de uma semente. A deusa, sem saber da armadilha, plantou a tal semente no Olimpo e dela brotou, em pleno reino divino, o monstro que afugentou os deuses – menos Atena – para o Edgito. Zeus retornou armado da mesma foice utilizada por Cronos para castrar Urano, mas levou a pior e foi destroçado – literalmente – pelo monstro. Depois de reconstituído por Hermes, Zeus promoveu sua vingança e prendeu Tifão no vulcão Monte Etna, onde Hefesto o manteve sob o peso de suas maiores bigornas.

Minotauro

 Sua mãe, a rainha Pasífae, queria ter relações sexuais com um touro implacável e feroz, então mandou ser elaborado um traje especial de vaca dourada no qual ela poderia se esconder para que o bovino feroz conseguisse então realizar o acasalamento como se estivesse com uma fêmea de sua própria espécie. Deste incomum desejo sexual da rainha nasceu um filho monstruoso, meio humano e meio touro que se alimentava de carne de gente. Para evitar que o filho “adotivo” promovesse uma carnificina indiscriminada, o rei Minos mandou construir um labirinto nas proximidades do palácio e prendeu a criatura por lá. O Minotauro recebia jovens sacrificados como alimento e o príncipe ateniense Teseu, filho do rei Egeu, apareceu como voluntário para tentar matar o monstrengo taurino. Com ajuda da princesa Ariadne, filha de Minos, Teseu conseguiu matar Minotauro e sair do labirinto com os demais jovens destacados como sacrifícios a serem devorados pelo monstro.

As Erínias (As Fúrias)

 Ao castrar o próprio pai, Urano, Cronos fez respingar sobre o solo sangue de sua vítima e dessas gotas surgiram as três Eríneas, implacáveis figuras que se dedicavam à prática da vingança sobre os homens (esse papel cabia à Nêmesis em relação aos deuses). Alecto punia os delitos morais e espalhava maldições e pestes, Megaira punia quem pecasse contra o matrimônio e Tisífone punia os homicidas. Elas não eram exatamente monstros, embora praticantes de dolorosas e cruéis torturas, mas também eram frequentemente descritas como se tivessem aparências amedrontadoras.

Hidra de Lerna

 Monstro filhos de Tifão e Equidna, era habitante dos pântanos de Lerna e tinha corpo de dragão de sete cabeças de serpente com hálito mortal. Cada cabeça podia se regenerar quando decepada e uma delas eram simplesmente imortal. Fora isso, o sangue da besta era venenoso. Hércules, de novo ele, matou a fera e ainda utilizou seu sangue para envenenar suas flechas.

 A Esfinge

 Com corpo de leão, cabeça humana, asas de águia e uma serpente no lugar do rabo, o monstro proferia enigmas desafiadores e quem não decifrasse acabava virando refeição para a Esfinge. Era filha de Quimera e Ortros (ou de Tifão e Equidna, conforme outras descrições) e ficava de guarda diante da cidade de Tebas (o que deveria ser péssimo para o turismo) ameaçadoramente até que encarou o jovem e esperto Édipo, que respondeu acertadamente o enigma que questionava: “Que criatura pela manhã tem quatro pés, ao meio-dia tem dois, e à tarde tem três?”. Derrotada, a esfinge se suicidou ao se atirar de um precipício.

Equidna

Equidna era uma criatura mítica, conhecida como a “Mãe de Todos os Monstros”. A mistura de mulher e víbora gigante era uma criatura monstruosa que também era mãe de diversas outras bestas mitológicas com seu principal parceiro, o terrível Tifão. Por sua capacidade procriadora de seres tenebrosos, talvez seja ela o pior dos monstros da mitologia grega. Equidna era considerada a esposa de Tifão, outro monstro formidável na mitologia grega, e juntos eles eram os progenitores de uma série de criaturas monstruosas. Equidna era conhecida por habitar cavernas e regiões selvagens, onde ela dava à luz uma variedade de criaturas aterrorizantes, incluindo Ortro (um cão de duas cabeças), Cérbero, a Hidra de Lerna, Quimera e a Esfinge de Tebas. Embora Equidna fosse mãe de monstros, ela própria não era uma ameaça ativa aos deuses ou aos humanos, ao contrário de muitos de seus descendentes. No entanto, sua linhagem contribuiu para a riqueza do panteão de criaturas míticas na mitologia grega, muitas das quais representavam desafios mortais para os heróis.


Imagens geradas pelas IAs DALL-E, Mage e Leonardo


Criaturas monstruosas da Mitologia Grega (parte 2)

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