Carlos Magno, o “Pai da Europa”

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O Reino dos Francos estabeleceu-se no final do século V, quando o guerreiro Clóvis, da Dinastia Merovíngia, unificou grupos e instituiu um domínio concentrado inicialmente no norte da França e parte da Bélgica. Depois de sua consolidação e de disputas internas, no ano 751 Pepino, “o Breve” (apelido devido a sua baixa estatura física), estabeleceu a Dinastia Carolíngia e foi sucedido em 768 pelos filhos Carlos Magno (ou Charlemagne) e Carlomano I, que dividiram conflituosamente o poder até a morte do segundo, em 771. Diante de um reino sem divisões internas, Carlos Magno passou a agir em favor da ampliação dos domínios francos na Europa Ocidental, o que resultou no desenvolvimento do Império Carolíngio.

A ação expansionista liderada por Carlos Magno ocorreu através de vitoriosas campanhas militares que dominaram territórios vizinhos e ampliaram seu poder. Em 774 os francos derrotaram o Reino dos Lombardos, passando a controlar partes da Itália e garantindo uma zona de poder para a Igreja Católica, os Estados Papais. Em seguida tratou de enfrentar os saxões, que foram dominados e cristianizados ao longo de anos de guerra (772-804) ao mesmo tempo em que territórios na Espanha e na Baviera também eram incorporados ao seu império, que chegou a incluir ainda áreas dos atuais Países Baixos, Luxemburgo, Áustria, Suíça, Eslovênia e regiões balcânicas. Carlos Magno foi coroado Imperador Romano no ano 800 pelo Papa Leão III, o que sinalizava seu imenso poder.

Seu reinado promoveu ações importantes para a consolidação da estrutura que caracterizou a monarquia europeia, além de proporcionar a expansão do cristianismo e o incremento do poder da Igreja Católica. A influência de seu reinado promover a chamada “Renascença Carolíngia”, período de retomada de referências clássicas, promoção do latim, reforma da escrita como a “minúscula carolíngia” (padronização que tornava a escrita mais legível e definida, influenciando de maneira profunda a comunicação posterior) e estabeleceu centros de estudos.

Apesar de sua reputação de rei guerreiro implacável, Carlos Magno era um homem festeiro, apreciador do conhecimento e cristão devotado. Ele também era um mulherengo notório que foi casado quatro vezes e tinha o hábito de manter concubinas. Ele vários filhos com diversas mulheres, entre eles Pepino, o Corcunda, que se envolveu numa conspiração contra o pai e Luís, o Piedoso, que herdou seu trono.

Carlos Magno, o “Pai da Europa”, morreu em 814, aos 67 anos de idade. Ele chegou a ser canonizado no século XII durante o papado questionado de Pascoal III, mas seu status de santo não é reconhecido oficialmente pelo Vaticano porque o ato que lhe conferiu tal posição ocorreu durante a fase conhecida como “Cisma Papal”, período no qual disputas pelo poder católico resultaram na existência de papas não eleitos, os antipapas, que assumiram o pontificado em condição paralela a outros papas considerados legítimos.


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