Erik, o Vermelho, o desbravador viking

(Representação visual gerada pela IA Leonardo)

Desbravar terras distantes além dos mares era algo que motivava os instintos aventureiros, exploradores e guerreiros dos vikings, mas suas expedições eram mesmo impulsionadas pela necessidade de recursos como terras cultiváveis e promoção de atividades comerciais, o que poderia ocorrer até mesmo através de confrontos. A figura de Erik Thorvaldsson, também conhecido como Erik, o Vermelho, se encaixa de uma maneira emblemática neste contexto, sendo um explorador que foi impulsionado por motivações pessoais, espírito desbravador e interesses econômicos.

Erik nasceu em Rogaland, na Noruega, e viveu entre meados do século X e início do século XI, época agitada para os nórdicos. Quando criança abandonou a terra natal com a família porque seu pai, Thorvald Asvaldsson, foi banido porque assassinou um homem. Eles se estabeleceram na Islândia, que era uma colônia escandinava explorada desde o século IX, e lá Erik cresceu e desenvolveu um temperamento impulsivo. Assim como seu pai, ele também se envolveu em problemas e foi banido – as más relações com os vizinhos e um assassinato estavam no centro da motivação de sua expulsão.

De saída da Islândia, Erik resolveu adotar um destino incerto, então juntou suas coisas em seu barco e seguiu pelo mar em direção ao oeste com a expectativa de aportar em algum lugar desconhecido e inexplorado. Ele acabou chegando na terra que chamou de Groenlândia ou “Terra Verde” e passou os três anos seguintes por lá fazendo reconhecimento da região, identificando potencial de recursos e sobrevivendo como era possível com um pequeno grupo de companheiros de exploração. Depois dessa fase ele resolveu voltar para a Islândia, mas sem o objetivo de ficar, pois seu objetivo era propagar a existência de um lugar ideal para a fixação de colônias. Ele mobilizou as novas levas de expedições formadas por pessoas dispostas a colonizar a Groenlândia, sendo o responsável pela organização da montagem dos assentamentos, construção de moradias, estruturas comunais e formação das primeiras fazendas, assumindo um papel importante de líder dos vikings que se estabeleciam por lá. Ele constituiu sua família, casando-se com Þjódhild e tendo vários filhos, incluindo Leif Erikson, que depois seguiu os passos do pai como um notável explorador.

A colônia comandada por Erik teve um início exitoso, atraindo pessoas e estabelecendo uma suficiente produção agrícola, ofertando caça abundante, fartura de recursos pesqueiros e até proporcionando oportunidades comerciais com a negociação de peles. Quando Erik morreu a Groenlândia apresentava um enorme potencial de progresso e continuou assim durante anos até que o isolamento e as dificuldades climáticas se transformaram em problemas sérios, levando ao posterior declínio da colônia e ao seu abandono.

O nome e os feitos do explorador foram difundidos entre os nórdicos através da “Saga de Erik, o Vermelho” e da “Saga dos Groenlandeses”, que viraram narrativas famosas que foram transmitidas através de gerações.


Referências: