Não apenas por meio de bomba atômica, caças e tanques poderosos que a Segunda Guerra Mundial será lembrada. No conflito também foram empregados recursos nada avançados e que cumpriram suas finalidades. Aqui estão alguns exemplos.
- Biplanos
Os velhos aviões usados na Primeira Guerra contrastaram com as aeronaves modernas com as quais dividiam os céus. A aviação avançou bastante entre as duas guerras, mas isso não descartou de vez o emprego dos aviões com tecnologia mais antiga.

O FIAT C.4.42 Falco era um exemplo de modelo que persistia numa engenharia tida como obsoleta, mas o pequeno avião italiano entrou em combate mesmo assim – até maio de 1945 os velhos Falco eram empregados em ataques.

Também teve destaque o britânico Gloster Gladiator SS37, último modelo dessa categoria utilizado pela RAF, e o soviético Polikarpov PO-2, que os alemães pejorativamente chamavam de “máquina de costura”, mas que que lhes causaram grande estrago na Batalha de Stalingrado, sobretudo através de ataques noturnos conduzidos principalmente por mulheres pilotos russas que faziam os aviões planarem com os motores desligados sobre os inimigos em solo.
- Cavalaria

Na Primeira Guerra as tropas montadas perderam o status de força de combate eficiente, mas isso não significou a completa extinção desse tipo de grupamento. Mesmo o poderoso exército nazista possuía quatro divisões montadas durante a Segunda Guerra e os soviéticos mantiveram treze – consta que mesmo os EUA estavam, em 1941, constituindo uma divisão com mais de 20.000 cavalos.
- Transporte animal

A guerra não foi totalmente motorizada quando as operações de logística eram realizadas. Para fins estruturais também foram empregados animais de tração em diversos serviços e os alemães mantiveram por volta de 1,1 milhão da cavalos em operação para serviços logísticos.
- Pombo correio

Essa prática introduzida pelos antigos persas não foi abandonada na Segunda Guerra Mundial, pois pombos treinados voavam transmitindo mensagens através de campos de batalha. Os britânicos chegaram a empregar mais de 250 mil aves durante a guerra e possuíam um departamento especializado nesse tipo de atividade em suas Forças Armadas. Os pombos reduziam a possibilidade de interceptação de comunicação – o que era comum no emprego de sinal de rádio – e diminuíam a dependência de recursos então tidos como de alta tecnologia.
- Sinalização visual

Usualmente associada à comunicação marítima e também aérea, a sinalização visual também foi empregada nas divisões motorizadas soviéticas (o mais comum seria imaginar o emprego de rádio entre os tanques de guerra, como faziam os alemães e norte-americanos). Eram utilizados semáforos luminosos para sinalizar estratégias e comandos mesmo nos poderosos tanques T-34, que tanto atormentaram os alemães.
- Trincheiras

Por séculos as trincheiras eram empregadas em combates e aparentemente perderiam sentido diante da ofensiva tecnológica e da infantaria motorizada, mas na Segunda Guerra Mundial as escavações eram também altamente empregadas. Na Batalha de Sebastopol, na Criméia, os soviéticos estruturaram um complexo de trincheiras para enfrentar a artilharia alemã, mas esse não é um exemplo isolado do emprego dos fossos fortificados, pois em vários campos de batalha o antigo método de defesa foi utilizado seja pelos Aliados quanto também pelos integrantes do Eixo.
- Inundação

Também não era nenhuma novidade a manipulação de cursos e fluxos de água com finalidade bélica – o que ocorria por meio da destruição de diques e represas – e não faltaram apelos para essa tática. Os alemães deixaram um rastro de inundações provocadas ao destruírem estruturas de represamento quando recuavam de suas posições a partir de 1944, o que retardava o avanço de seus inimigos que pressionavam e cercavam as tropas nazistas.
- Guerra biológica

Agentes infecciosos e veneno também eram empregados como armas. O apelo para a contaminação já era usado na Antiguidade e na Idade Média, mas não foi abandonado na Segunda Guerra Mundial. Disseminar toxinas ou patógenos foi prática no conflito e, por exemplo, japoneses contaminavam fontes de água potável em aldeias chinesas para disseminar cólera e tifo.