
Quem assistiu o filme O Resgate do Soldado Ryan talvez considere que a circunstância do personagem que teve três irmãos mortos em combate é mesmo coisa de cinema, mas os fatos reais trazem diversas situações comparáveis – e até piores.
A humilde família Smith, da pequena vila rural de Yongala, no sul da Austrália, viveu um drama radical por ocasião da Primeira Guerra Mundial. Frederick e Maggie Smith tiveram sete filhos homens e todos eles resolveram se alistar para combater naquela que era reconhecida por muitos como “a guerra para acabar com todas as guerras”, mas a experiência da família foi trágica. Seis dos irmãos morreram em combate: Herbert William, Frederick Walter, Alfred Ernest, Clarence Leslie, Errol Victor e Aubrey Lyall (tendo os últimos se alistado irregularmente, pois apresentaram documentação falsa com idades adulteradas) e o único a escapar vivo da guerra foi o primogênito da família, Francis Hume Smith, que acabou morrendo pouco depois do conflito num acidente de bonde.
A situação dos Smiths é a mais extrema de uma longa lista de catástrofes do tipo em famílias australianas por ocasião da guerra, segundo pesquisas. Mais de 2.800 duplas de irmãos morreram entre 1915 a 1918 na Batalha de Gallipoli e em ação na Frente Ocidental. Mais de 150 famílias perderam três filhos e outras cinco perderam também cinco filhos.