Trajano e o apogeu imperial de Roma

(Representação visual gerada pela IA Leonardo)

Segundo representante da Dinastia Nerva-Antonina, na fase conhecida como período dos “Cinco Bons Imperadores”, Trajano é reconhecido como um dos mais notáveis regentes do Império Romano, governando de janeiro de 98 até agosto de 117. Marcus Ulpius Traianus nasceu em 53 d.C. em Italica, cidade localizada na província da Hispânia Bética, atual região espanhola da Andaluzia, sendo o primeiro soberano romano nascido fora da Itália. A família Ulpii era muito influente e poderosa na província e como filho de um importante general de mesmo nome teve vantagens de origem em sua exitosa trajetória no exército como habilidoso comandante e tribuno militar. Também foi designado como governador de província, governando Germânia Superior e a Pannonia.

Depois de demonstrar lealdade ao império e compromisso como agente do Estado, foi indicado por Nerva como seu herdeiro e sucessor depois do incidente de uma rebelião da Guarda Pretoriana. Esta condição foi importante para equilibrar a administração de Nerva, que, apesar de ser um homem moderado, tinha dificuldades de controlar e liderar os militares. Como um general de reputação e reconhecimento elevados, Trajano assumiu um papel de referência enquanto se familiarizava com os assuntos do governo de todo império, mas acabou assumindo de vez o poder de maneira tranquila quando Nerva morreu deixando preparado o processo sucessório.

Seu governo deixou marcas importantes para a grandiosidade romana, pois as conquistas que empreendeu no campo militar configuraram em seu tempo a maior extensão territorial já alcançada pelo Império Romano, que anexou a Mesopotâmia, partes da Arábia e a Dácia, fornecendo fontes inestimáveis de recursos. Com a abundância de riquezas oriundas das conquistas foram empreendidas muitas obras públicas como estradas, fortalezas militares, pontes, aquedutos, além do imponente complexo do Fórum de Trajano. A prosperidade do império também proporcionou políticas sociais como a promoção de iniciativas para assegurar a alimentação e subsistência da população pobre.

Além dos êxitos militares e administrativos, sua reputação como governante humilde, ponderado e digno elevava ainda mais sua popularidade. Ele não deixou herdeiros imediatos ao trono nem designou ninguém para a sucessão, embora seu sobrinho Adriano tenha sido reconhecido publicamente como legítimo continuador de seu legado não apenas pelo parentesco, mas também pela atuação ao lado de Trajano em suas ações militares e administrativas. Quando Trajano, em agosto de 117, aos 63 anos, foi apresentada uma declaração de adoção do sobrinho possivelmente articulada pela viúva, Pompeia Plotina, mas a sucessão foi aceita e assegurada sem contestações que perturbassem o processo.


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