O marinheiro John Travers Cornwell

Jack Cornwell, o adolescente que virou herói da Primeira Guerra Mundial

John Travers Cornwell, conhecido como Jack Cornwell, nasceu em 8 de janeiro de 1900 e experimentou uma adolescência incrível, pois foi um heroico combatente durante a Primeira Guerra Mundial. Oriundo da classe trabalhadora inglesa, o jovem largou os estudos aos 13 anos e trabalhava como entregador no início da guerra, quando decidiu fazer parte das forças de combate em outubro de 1915.

Entre os britânicos o treinamento precoce de rapazes na Marinha era tradicional, mas em tempos de guerra a maioridade era exigida para o alistamento, mas Jack repetiu uma prática que não era e mentiu sobre sua idade ao se alistar (também agindo contra a vontade e sem permissão de seus pais), ingressando na Marinha antes de completar 16 anos.

O jovem recebeu treinamento rápido, mas demonstrava habilidade para lidar com a artilharia e ao final de sua preparação foi designado para o serviço no HMS Chester e participou da Batalha da Jutlândia, ocorrida em 31 de maio e 1 de junho de 1916, o mais dramáticos e certamente o maior dos confrontos navais da Primeira Guerra Mundial – e há quem a considere a maior batalha naval de todos os tempos.

A Alemanha pressionava as Ilhas Britânicas, objetivando romper as defesas marítimas e atingir posições na costa por meio de ataques concentrados e acabou envolvendo uma imensa concentração de navios de combate e o HMS Chester foi um deles.

O navio de Jack foi cercado por quatro cruzadores alemães e sofreu ataques constantes (sendo atingido 17 vezes em apenas 3 minutos), resultando em danos severos. Num desses ataques as vulneráveis posições de armas do HMS Chester foram comprometidas e a equipe de Jack morreu em decorrência de uma forte explosão, mas o adolescente se levantou, ignorou o socorre médico, voltou à sua posição e continuou disparando mesmo tendo sido atingido por estilhaços e estando gravemente ferido, permanecendo sozinho em combate naquela que era arma restante em funcionamento durante os cerca de 15 minutos necessários para as manobras que levaram o navio para uma posição segura.

Jack foi o único sobrevivente entre os artilheiros, mas sua situação era de extrema gravidade porque possuía um profundo ferimento no peito, embora ele estivesse ainda de pé e aguardando ordens quando foi encontrado pela equipe médica do navio.

Posteriormente o marinheiro heroico foi levado para um hospital em terra firme, mas não resistiu e morreu no dia 2 de junho de 1916.

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Arma do HMS Chester que foi operada por Jack Cornwell durante a Batalha da Jutlândia (Imperial War Museum, Londres)

O capitão no navio descreveu minunciosamente os fatos e ressaltou a bravura do rapaz, que foi postumamente homenageado com a Victoria Cross, a mais alta condecoração de bravura em combate concedida pela Coroa Britânica, concedida pelo rei George V. Jack Cornwell também recebeu um funeral com rito e solenidade honoríficos em 29 de junho (após ter sido anteriormente sepultado num túmulo coletivo).

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Funeral solene de Jack Cornwell no cemitério Manor Park, Londres

O menino que se alistou escondido dos pais é reconhecido como um dos maiores heróis da Primeira Guerra Mundial.

Leitura recomendada: Os 100 anos da Batalha da Jutlândia

 

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