Aleksandra Lisovska era filha de um padre ortodoxo e nasceu em 1505 numa região que hoje faz parte da Ucrânia. Ainda adolescente ela foi capturada por traficantes de pessoas e foi levada para o território do Império Otomano, onde foi vendida e passou por alguns proprietários até ser finalmente adquirida para fazer parte do harém do sultão Suleiman, o Magnífico. Vivendo entre as mulheres do soberano, ela recebeu um novo nome, passando a ser conhecida como Roxelana, que fazia referência à sua origem eslava – os otomanos usavam o termo “Roxolani” para identificar as pessoas que procediam da região ao norte do Mar Negro.
A moça de olhos claros, pele branca e cabelos ruivos era inteligente e bem articulada, tratando logo de estudar o Alcorão e as línguas faladas por lá, como árabe e outros dialetos de origens persas e turcos, além adquirir as habilidades como dançarina do ventre e o canto – mas achou que tudo isso ainda era insuficiente para se destacar das demais mulheres do harém. Então passou a observar o comportamento das pessoas que detinham o poder, tratou de conhecer a estrutura e funcionamento da corte e até fez amizade com a mãe do sultão. Com todo seu empenho ela rapidamente subiu na hierarquia, ganhou sua liberdade e conquistou o coração do sultão.
Em 1531, ela casou-se oficialmente com Suleyman, que destituiu sua primeira esposa real, Mahidevran Sultan, o que era um ato incomum e contrariava a tradição. Ao assumir o papel de consorte real (Haseki Sultan) ela alcançou um status e privilégio que não estavam ao alcance de uma mera concubina. Suleyman chamava sua bela esposa de Hürrem Sultan (a “Sultana Feliz”) porque ela irradiava leveza. A esposa legítima do sultão passou a acompanhar o soberano em praticamente todas as ocasiões, sendo ainda sua confidente e influente conselheira. Roxelana se ocupava da correspondência diplomática, trocando cartas com gente influente e poderosa da Europa e ajudando a promover os interesses otomanos.
Por meio de sua influência sobre o sultão e seu domínio da intriga palaciana, ela exercia um poder considerável. Seu papel ativo e destaque também causavam atritos, pois ela era acusada de tramar manobras e manipular pessoas em seu favor e em benefício privilegiado de seus filhos para garantir que exercessem o poder, desqualificando os filhos mais velhos de Suleyman diante da sucessão. Roxelana teve seis de seus filhos, incluindo o sucessor do trono, Selim II. Entre seus herdeiros não prevalecia a paz, Selim e Bayezid viviam em uma situação conflituosa que perturbava a família real e gerava transtornos no império, o que levou à execução de Bayezid por ordem do pai.
O drama familiar contribuiu para agravar a saúde de Roxelana, que vinha tendo sucessivos problemas com doenças debilitantes. Ela morreu em 15 de abril de 1558 e foi uma importante representante do chamado “Sultanato das Mulheres”, fase que destacou consortes e mães dos sultões que exerciam influência e poder sobre o império.
Referências:


[…] a tradição, Suleiman teve diversas esposas e entre elas destacou-se Hürrem Sultan, também conhecida como Roxelana, uma mulher de origem ucraniana que foi de escrava à principal consorte otomana e teve papel […]
[…] (entre 1533 e 1656), o poder de lideranças marcantes como as “sultanas” Roxelana, Nurbanu, Kösem e Turhan foi destacado e decisivo, ressaltando a posição das principais figuras […]
[…] Hürrem Sultan ou Roxelana (c. 1502 – 1558) […]
[…] Roxelana, da escravidão para a nobreza […]