Baquaqua nasceu por volta de 1824 em Zoogoo, na África Ocidental, em uma proeminente família muçulmana. Ele foi capturado e vendido como escravo, primeiro para o Daomé e depois para traficantes de escravos brasileiros. No Brasil esteve a serviço de um padeiro em Recife, período em que foi tratado com crueldade e recorreu ao alcoolismo. Em 1847 Baquaqua passou para a posse de Clemente José da Costa, que era capitão e co-proprietário de um navio. A bordo durante uma viagem para para negociar mercadorias em Nova York, Baquaqua descobriu que aquele destino era uma “terra de liberdade”. Ele então escapou da embarcação e, com a ajuda de abolicionistas locais, pediu sua liberdade na Justiça. Negado o recurso, Baquaqua foi enviado à prisão para aguardar sua reescravização por José da Costa. Baquaqua escapou da cela e, com a ajuda de amigos, fugiu para Boston e de lá recebeu passagem para o Haiti, onde conheceu de perto o reverendo W.L. Judd, um missionário batista. Convertido ao cristianismo e batizado em 1848, Baquaqua voltou aos Estados Unidos devido à instabilidade política no Haiti e estudou no New York Central College, no interior do estado de Nova York, por quase três anos. Em 1854 ele se mudou para o Canadá e sua autobiografia foi publicada no mesmo ano em Detroit. Seu livro é um interessante registro de uma vida marcada por incríveis experiências e uma denúncia dos maus tratos próprios da escravidão.
Representação visual gerada na IA Midjourney inspirada em Baquaqua no ano 1854