O historiador Filipe Ribeiro de Meneses é biógrafo de António de Oliveira Salazar e fala sobre o regime que prevaleceu sobre o país durante a ditadura salazarista. Em 1932 o ditador português instituiu o Estado Novo, regime autoritário que somente foi derrubado em 1974 pela Revolução dos Cravos, sendo uma das mais duradouras ditaduras do século XX. Salazar esteve no poder até 1968 (sendo sucedido por Marcelo Caetano) e em seu governo houve forte influência dos ideais fascistas.
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No trecho abaixo, Filipe de Meneses fala um pouco mais sobre a importância das remessas financeiras dos portugueses que viviam no Brasil para a economia de Portugal, chama atenção para as transformações sofridas pelo regime nas suas quatro décadas de duração e comenta o total apoio da Igreja ao Estado Novo salazarista.
Além disso, Filipe revela mais detalhes sobre dois incidentes diplomáticos que colocaram o Brasil na alça de mira de António Salazar: a proteção que Humberto Delgado ganhou na embaixada brasileira, logo após perder as eleições presidenciais e ser perseguido pelo regime salazarista, e o famoso seqüestro do transatlântico Santa Maria, em janeiro de 1961, pelo grupo de oposição ao regime liderado pelo capitão Henrique Galvão. Os insurgentes/seqüestradores aportaram no Recife e receberam asilo político do recém-empossado presidente Jânio Quadros.