Qin Shi Huang: O unificador e primeiro imperador da China

(Representação visual gerada pela IA Midjourney)

Nascido como Ying Zheng em 259 a.C., ele se tornou rei do Estado de Qin aos 13 anos. Durante sua juventude, Qin foi um dos sete estados combatentes durante o Período dos Reinos Combatentes. Ying Zheng ambicionava mais do que ser apenas mais um rei entre muitos; ele queria unificar todos sob sua bandeira. Em 230 a.C., sob sua liderança, Qin iniciou uma série de campanhas para conquistar os outros seis estados e em apenas uma década de guerras ininterruptas, ele havia alcançado o que muitos consideravam impossível: a unificação da China.

Após essa façanha, ele adotou o significativo título de Qin Shi Huang. “Qin” (秦) refere-se ao Estado natal do vitorioso unificador, “Shi” (始) traduz-se geralmente como “primeiro” ou “início” e Huangdi (皇帝) significa “imperador”, diferença relevante porque antes de Ying Zheng, os líderes dos estados eram frequentemente referidos como “reis” (王). O nome “China” em muitas línguas ocidentais é derivado da palavra “Qin” (pronuncia-se “Chin” em mandarim). Embora a China tenha uma longa história que precede o Império Qin, foi a unificação sob Qin Shi Huangdi que lançou as bases para o que viria a ser conhecido como a China em muitos contextos internacionais.

Qin Shi Huang foi um reformador em muitos aspectos. Ele introduziu padrões unificados para escrita, pesos, medidas e até mesmo largura de eixos de carruagens, promovendo uma maior coesão, integração entre os territórios recém-conquistados estabeleceu um governo centralizado, reduzindo o poder da nobreza e fortalecendo a autoridade do monarca. O imperador é talvez mais conhecido pela construção da Grande Muralha da China, uma série de fortificações defensivas destinadas a proteger o reino das invasões nômades. Apesar de suas realizações, Qin Shi Huang também é lembrado por sua tirania. Ele é infame por ter ordenado a “queima de livros e enterro de eruditos”, um movimento para reprimir a dissidência intelectual e garantir a uniformidade do pensamento. Muitas de suas grandes obras, incluindo a Grande Muralha, foram construídas à custa de inúmeros trabalhadores forçados, muitos dos quais perderam a vida no processo.

Qin Shi Huang morreu durante uma viagem em 210 a.C. Ele foi enterrado em um mausoléu massivo localizado perto da cidade de Xi’an, na província de Shaanxi. O aspecto mais impressionante de seu mausoléu é o magnífico conjunto de estátuas conhecido como Exército de Terracota, composto por milhares de soldados, cavalos e carruagens de tamanho real feitos de argila cozida e dispostos em fileiras como verdadeiros batalhões em marcha com a finalidade simbólica de proteger o soberano e sinalizar o seu poder. Apesar de sua morte, o legado de um império unificado perdurou, e a China permaneceu, com algumas interrupções, sob sucessivas dinastias imperiais até o início do século XX.


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