A inglesa Mary Harker nasceu em 1768 na pequena Asenby, no condado de Yorkshire. Desde pequena o seu comportamento era complicado e, como era necessário em famílias que viviam na pobreza, começou a trabalhar ainda cedo. Seus primeiros serviços foram como serviçal doméstica, mas ela não parava em nenhum emprego por causa de sua má conduta. Ela costumava praticar furtos por onde passava, sendo repetidamente despedida.
Mary foi aprimorando suas habilidades enganadoras e passou surrupiar os bens alheios por onde passava para revender. Sua reputação ficava abalada localmente, então ela precisava mudar frequentemente de cidade para tentar se livrar de suspeitas e continuar enganando pessoas em outros lugares.
Em suas andanças ela acabou conhecendo John Bateman, um fabricante de rodas trabalhador e honesto. Eles se casaram em 1792 após apenas três semanas desde o primeiro contato, mas a agora senhora Bateman não estava muito disposta a levar uma vida estável conforme os parâmetros aceitáveis do convívio social. Mary seguia aplicando golpes e o casal precisava fugir da ira das vítimas da mulher e por isso estava constantemente se mudando para outros lugares.
Mary Bateman era uma trapaceira criativa. Ela inventou e encarnou as personagens “Miss Blythe” e “Mrs. Moore”, alegando que detinham capacidades sobrenaturais de prever o futuro e promover proteção mística. Ela cobrava pelas consultas, faturou bastante dinheiro e enganou muita gente. Uma de suas armações mais extravagantes e inusitadas foi o golpe das galinhas proféticas. Ela usava vinagre para gravar a mensagem “Cristo está vindo” em ovos que eram reintroduzidos nas aves, então preparava eventos para exibir as galinhas expelindo os ovos alterados diante de um público iludido.
A golpista acabou indo muito além da prática de fraudes e furtos, atingindo um nível sombrio e assassino em sua prática de obter vantagem sobre a ignorância alheia. Em 1803, Mary se aproximou das irmãs Kitchin, de uma bem estabelecida família de comerciantes quakers da cidade de Leeds. Ela ofereceu seus serviços como Miss Blythe, prometendo proteção espiritual e cura para enfermidades. A falsa mística ofereceu uma substância venenosa para as irmãs, que acabaram morrendo. Para despistar as desconfianças, ela alegou que as mulheres morreram por causa da peste, o que também causou pânico entre a população.
Em 1808 ela voltou a praticar um assassinato. William e Rebecca Perigo recorreram aos serviços da farsante em busca de alívio para sua condição de transtorno nervoso indefinido da mulher. Mais uma vez sob a identidade de Miss Blythe, Mary forneceu uma substância venenosa misturada com mel prescrita como remédio consumido pelo casal. Rebecca morreu, mas William sobreviveu para descobrir a verdade e denunciar Mary Bateman.
Depois de investigar as ações da criminosa por conta própria, William tramou uma averiguação que pegou Mary em flagrante de posse da substância tóxica e outros itens suspeitos. Ela foi presa e outras evidências de sua conduta comprovaram seus vários crimes. Outras suspeitas de assassinatos também surgiram no julgamento, mas o júri já contava com fatos suficientes contra ela, que acabou condenada à morte.
O caso ganhou notoriedade e ele foi chamada de a “Bruxa de Yorkshire”. Mary foi enforcada em 20 de março de 1809 diante de uma multidão. Muita gente foi levada ao local pela curiosidade de conferir se ela teria algum poder para escapar da execução.
Referências:


[…] Mary Bateman (1768-1809) […]