Um dos mais significativos deuses da mitologia egípcia é uma figura complexa de ser definida. Ele era parte da representação do equilíbrio necessário entre a ordem (ma’at) e o caos (isfet).
Set é irmão de Osíris, Ísis e Néftis, filhos do deus da Terra (Geb) e da deusa do céu (Nut), que constituíram casamentos divinos, então Osíris se casou com Ísis e Set com Néftis. A paz entre eles foi rompida quando Set começou a manifestar ambições de assumir o poder sobre o Egito e exercer seu ânimo agressivo.
A tradição conta a narrativa de que Set tramou um plano para matar seu irmão, enganando Osíris ao propor que ele entrasse num sarcófago que foi selado enquanto a vítima do golpe estava em seu interior. Set jogou Osíris no Nilo e Ísis conseguiu recuperar seu corpo e tentou escondê-lo, mas Set descobriu e resolveu piorar a situação ao cortar o corpo do irmão em diversos pedaços. A persistente Ísis invocou a ajuda do filho Hórus e, juntos, reuniram as poções do deus da fertilidade e reviveram Osíris, que assumiu outro domínio divino, reinando sobre o submundo e decidindo sobre os destinos de todos os mortos, podendo iniciar a nova existência ou conhecendo a aniquilação.
Existem distintas versões sobre o que aconteceu com Set depois do ato de traição. Uma das versões trata da luta entre ele e Hórus, que assumiu o propósito de vingar Osíris. Os dois travaram lutas épicas e desafios mediados por outras divindades, que acabaram decidindo em favor do deus falcão, que deveria reinar sobre o Egito no lugar de seu pai. Em outra versão do destino de Set, a ele coube o reinado sobre o deserto, para onde foi exilado, assumindo com mais ênfase seu domínio sobre o caos. Em outra concepção, Set contava com o favor do poderoso Rá e serviu como seu defensor contra Apófis, a monstruosa serpente da destruição. Nesta última situação, o deus traiçoeiro assume um papel benéfico e positivo.
Apesar de sua natureza complexa, Set era cultuado e venerado entre os egípcios. Ele costumava ser aclamado como um deus da guerra e indutor de força e proteção em regiões como Ombos (Nubt) e Avaris, onde templos em sua honra foram construídos. Alguns faraós, como Seti I (cujo nome significa “Homem de Set”) adotaram sua proteção e motivaram seu culto. Quando os hicsos invadiram e dominaram o Egito, adotaram Set como seu deus principal e figura protetora, e depois da restauração esta associação aos invasores depreciou sua visão por parte dos egípcios, que passaram a ver em Set a marca da violência e malevolência.
Set era principalmente representado como uma forma híbrida, combinando características humanas e tendo a cabeça de um animal indefinido ou o “animal Set”, segurando o cetro que simboliza seu poder. Era reconhecido que ele tinha a capacidade de se transformar, assumindo variadas formas animais e era dotado de uma descomunal força física, além de habilidades de combate. Seus poderes eram temidos pelo potencial destrutivo ou invocados por causa de sua condição de protetor diante da ameaça de Apófis.


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