John Roberts, que entrou para a história como o famoso pirata Bartholomew Roberts ou Black Bart, nasceu por volta de 1682 no País de Gales. De procedência pobre, começou a trabalhar ainda criança em atividades rurais e por volta dos 13 anos de idade acabou arranjando serviço em um navio, iniciando sua vida como homem do mar.
Ele foi marujo em navios mercantes e logo demonstrou através de dedicação e aprendizado que tinha verdadeira vocação para os assuntos e atividades náuticas, progredindo de maneira considerável na carreira. Ele rapidamente chegou à posição de imediato num navio negreiro que fazia travessias entre a África e a América e durante uma de suas viagens a bordo do Princess of London acabou sendo abordado por piratas em 1719. Capturado, foi tomado como refém e forçado a trabalhar pelo capitão fora-da-lei Howell Davis, sendo introduzido na pirataria contra sua vontade. Surpreendentemente, depois de pouco tempo Davis morreu e aquele que foi forçado a entrar para o bando acabou sendo escolhido pela tripulação como novo comandante.
Depois de adotar o nome pelo qual passou a ser conhecido, o capitão pirata resolveu estabelecer seu estilo de liderança e perspectiva de ação. Ele adotou um rigoroso código de conduta para disciplinar o trabalho e as relações em sua tripulação, proibindo jogos de azar, bebedeiras, mulheres a bordo e impondo severas punições para quem desobedecesse às regras, mas compensando a rigidez suas determinações também garantiam maior equilíbrio na distribuição dos resultados dos ataques, garantindo melhores ganhos aos seus homens.
Outro marco genial de Roberts foi a utilização de suas características e variadas bandeiras cheias de significados e mensagens intimidadoras com elementos macabros e insinuações violentas. Esta estratégia de pressão psicológica era parte de sua atuação que ajudou a difundir sua fama e gerar um enorme medo em torno de sua aparição no horizonte.
A estratégia de abordagem e escolha dos alvos era muito importante para o trabalho de Black Bart, apelido que pode ter sido influenciado por sua aparência depois de pele ter adquirido uma tonalidade escura pelos anos de exposição ao sol ou por razões mais sombrias por causa de seus métodos agressivos. Ele conduziu com êxito uma abordagem contra o comboio português que protegia o navio Sagrada Família, que transportava a fortuna de 40.000 moedas de ouro, e desde então virou um pesadelo para os lusitanos que trafegavam em suas rotas entre a Europa e o Brasil. A costa brasileira era rotineiramente frequentada por Roberts, que virou uma presença ameaçadora para os interesses e negócios portugueses, mas o pirata não se limitava a esta área e atuava no Caribe e na costa da África, perseguindo e atacando navios de bandeiras de Portugal, da Espanha, da Inglaterra e da Holanda.
O êxito do capitão refletiu em uma notável acumulação de riquezas, mas também fazia com que ele fosse altamente perseguido porque sua atuação era altamente prejudicial para o comércio marítimo realizado pelas potências da navegação. Finalmente em 1722 sua sorte mudou quando se deparou com o navio de guerra britânico HMS Swallow em 10 de fevereiro de 1722 na costa da Guiné. Ele acabou mortalmente ferido após um disparo de canhão e muitos de seus homens foram capturados, resultando num grande julgamento de piratas com diversos enforcamentos subsequentes. O desfecho da derrota deste rei entre os piratas teve um impacto significativo, pois a partir deste episódio a Era de Outro da pirataria começou a decair com a continuada ofensiva da marinha britânica.
Referências:







[…] Bartholomew Roberts, o terror dos Sete Mares […]