Hades, o senhor do submundo mitológico da Grécia Antiga

(Representação visual gerada pela IA Midjourney)

Um dos mais importantes deuses do panteão de Grécia Antiga sequer era objeto de culto amplamente celebrado entre o povo, apesar de respeitado e de receber homenagens ritualísticas específicas, mesmo sendo sua invocação até evitada. A razão para isso é compreensível, pois seu domínio recaía sobre os mortos, ele era o senhor do submundo mitológico grego.

Hades era filho dos titãs Cronos e Reia e foi devorado pelo pai assim como os demais irmãos e permaneceu preso entre as entranhas do titã até que a rebeldia de seu irmão mais novo, Zeus, precipitou sua libertação e a decorrente guerra conhecida como Titanomaquia, conflito do qual fez parte ajudando no triunfo dos deuses olímpicos. Em reconhecimento aos esforços no embate ele e seus irmãos Zeus e Poseidon dividiram os domínios do universo, cabendo a a ele reger o complexo submundo, que também é conhecido como Hades.

Deste modo ele assumiu o controle sobre o vasto reino dos mortos, banhado pelos rios Estige (dos juramentos), Aqueronte (da dor), Cocito (do lamento), Letes (do esquecimento) e Flegetonte (o rio de fogo). Seus súditos chegavam ao seu reino transportados através do rio da dor pelo barqueiro Caronte, que cobrava o óbolo, preço de uma moeda, pela travessia. O cão de três cabeças Cérbero guardava o acesso ao submundo, impedindo a entrada dos vivos e a saída dos mortos.

O Hades tinha suas dimensões. As almas dignas de recompensa seguiam para os Campos Elísios para desfrutar da abundância e a paz eternam nos Campos de Asfódelos as almas que não eram nem virtuosas nem indignas pairavam sem propósito, enquanto o Tártaro era o destino daqueles de desafiavam os deuses e prisão dos Titãs e de outras entidades condenadas. O senhor do submundo reinava em seu palácio sombrio, o que também lhe proporcionava um certo isolamento, pois ele habitava um domínio afastado das demais divindades e participava muito pouco dos eventos olímpicos.

Seu vínculo mais notório com o Olimpo era sua esposa, a linda Perséfone, que ele raptou com o consentimento de Zeus, embora esta união tenha causado perturbações porque a mãe de sua esposa era Deméter, a deusa da agricultura e das colheitas, que reagiu à situação provocando fome. Para equilibrar a situação, um acordo divino permitiu que Perséfone passasse um período ao lado do marido e outro em companhia da mãe, o que implicou nas estações do ano.

Hades tinha o poder da invisibilidade quando usava seu elmo mágico, tinha uma força física extraordinária, não envelhecia, não adoecia e possuía as riquezas minerais subterrâneas – seu nome entre os romanos era Plutão, derivado de “ploutos”, que significa “riqueza”. Mas também podia ser suscetível a falhas movidas pela emoção e em alguns episódios mitológicos chegou a ter sido enganado por figuras astutas.

Apesar de evitado, Hades era o deus ao qual todos se submeteriam e de quem seriam súditos em algum momento.