Caterina Sforza, uma nobre rebelde

(Representação visual gerada pela IA Mage)

No século XV a Itália pulsava por causa do Renascimento cultural, mas era fragmentada em diversos estados e senhorios que frequentemente estavam envolvidos em conflitos uns com os outros. Além das questões territoriais e verdadeiras guerras familiares, os interesses em torno do controle do papado era um dos fatores dos atritos que tornava o ambiente instável e perigoso.

Nesta Itália tumultuada nasceu, em 1463, a nobre Caterina Sforza, filha Galeazzo Maria Sforza, Duque de Milão, e de Lucrezia Landriani. Mesmo sendo filha ilegítima, não teve esta condição como limite e herdou os privilégios da linhagem dos Sforza, uma das mais poderosas famílias italianas. Ela recebeu uma educação à altura de seu status, embora preferisse mesmo os temas que interessavam aos homens, como política e estratégias militares.

Através de um arranjo político, em 1473, foi acertado o seu casamento com Girolamo Riario, sobrinho do Papa Sisto IV, união que tinha o propósito de estreitar laços políticos. Ela tinha na ocasião apenas 10 anos de idade e o marido tinha 30, mas o casamento só foi efetivado quatro anos depois. Foi morar em Roma, no centro das tramas pelo poder, e com a morte do papa, em 1484, uma situação caótica se estabeleceu, quando facções políticas travaram uma luta pelo poder e controle da Igreja. Enquanto isso, os inimigos de Girolamo Riario tentaram aproveitar a situação para tomar suas terras, mobilizando o seu interesse de defender seu legado e patrimônio. Isolada em Roma, Caterina, que estava grávida, reuniu e liderou suas tropas e apoiadores na cidade para garantir o controle do fortemente armado Castelo Sant’Angelo. Sua pressão deu certo e o casal recebeu uma indenização e a garantia do controle de suas propriedades nas cidades de Imola e Forlì.

Novos desafios foram impostos em 1488 depois que Ricario foi assassinado em Forlì por partidários do novo papa Inocêncio VIII. Depois disso ela assumiu pessoal e diretamente o comando dos domínios como regente em nome de seu filho Ottaviano, mas resolveu casar-se com Giacomo Feo, fazendo com que fosse progressivamente reduzida a participação da família Riario no poder, resultando em conflitos dentro de sua própria aliança e no assassinato de seu segundo marido. Ela tratou de se vingar e mostrara que dominava situação, determinando o assassinato dos oponentes e de suas famílias.

Um novo casamento movido por interesses políticos foi realizado em 1497 com Giovanni de’ Medici, da influente família de Florença, que era rival dos Riario, mas ela ficou viúva novamente porque ele morreu no ano seguinte.

Desde 1492 o controle de Roma estava sob o domínio do poderoso Rodrigo Borgia, o Papa Alexandre VI, que manifestou a iniciativa incorporar as terras de Forlì e Imola aos Estado Papais. O Papa designou seu filho, César Borgia, como comandante na atuação pela conquista dos domínios de Caterina Sforza, que se recusou a ceder. Num episódio do conflito, pressionada por Borgia, que aprisionou todos os filhos de Caterina, ela teria declarado que o inimigo poderia matar todos eles porque ela não se rendeira: “posso fazer muitos outros filhos!”

Ela conseguiu manter seu foco de resistência até 1500 na Rocca di Ravaldino, mas acabou sendo derrotada e presa. A condessa foi aprisionada depois de tentativas de fuga no mesmo Castelo Sant’Angelo que controlou anos antes. Depois da interferência do rei da França, foi libertada e foi viver sob a proteção de um aliado.

Ela morreu em 1509, aos 46 anos de idade, e na ocasião estava exilada de suas terras, pois a população de Forlì não queria seu retorno.


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