O Carnaval que conhecemos hoje tem origens antigas. Traços da festa podem ser rastreados até os festivais dionisíacos da Grécia Antiga, celebrações ao deus Dionísio que envolviam uma diversidade de atividades que iam dos sacrifícios de animais às animadas e desinibidas farras, e ainda às Saturnálias, festival romano em honra ao deus Saturno que também era celebrado com relaxamento das normas sociais e travessuras.
Com o surgimento do Cristianismo as festividades pagãs foram em parte preservadas, sendo reinterpretadas e adaptadas, inspirando novos eventos no calendário. O Carnaval começou a tomar forma durante a Idade Média como um período festivo que precedia os rigores da Quaresma, que previa quarenta dias de jejum e práticas devocionais que culminaram com a Páscoa. A época carnavalesca representava um alívio temporário no qual a vigilância aos pecados era relaxada e os participantes aproveitavam para extravasar por meio de bebedeiras, comilança, farras e um comportamento mais licencioso.
Após a festa, quando estabelecida a Quaresma, os féis se submetiam a uma série de compromissos religiosos que incluíam restrições na dieta, eliminando no período o consumo de carne vermelha. O nome “Carnaval” deriva desta situação, pois a expressão latina “Carnis Levare” significava “deixar de lado a carne”, isto é, ressaltava que depois do período a regras religiosa e social previa o cumprimento da limitação alimentar.
As máscaras e as fantasias, elementos já presentes nas festas greco-romanas continuaram presentes no Carnaval, que continuou seu processo adaptativo ao longo dos tempos e se diversificou conforme os costumes regionais, sendo ainda afetado por transformações como Renascimento, as Reformas e o processo de colonização do Novo Mundo, mas conseguindo resistir através das circunstâncias.
Suas mais famosas ocorrências são o tradicional e elegante Carnaval de Veneza, na Itália, o Mardi Gras, em Nova Orleans, nos EUA, e o popular e variado Carnaval brasileiro.
Por aqui, o Carnaval foi introduzido através do Entrudo, festividade que os portugueses promoviam com brincadeiras de rua com água ou se lambuzando, além de bailes e desfiles de máscaras e fantasias. Com a evolução e popularização do costume, novos elementos foram sendo incorporados, como os ritmos africanos e indígenas e suas referências, promovendo variações regionais que acabaram virando importantes elementos da cultura brasileira.
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