A independência do Brasil não ocorreu por um ato isolado resultante de um marcante gesto de D. Pedro no do histórico 7 de setembro. Foi um processo que envolveu diferentes movimentos anteriores e continuou sendo efetivado após a data nacional brasileira. Muitos atores importantes da causa da independência agiram nos variados momentos em que o desejo da autonomia brasileira e o descontentamento diante do domínio colonial foram manifestados através da ação.
Uma das figuras marcantes dessa luta foi a baiana Maria Quitéria, nascida em Feira de Santana em 1792. Filha de fazendeiro e órfã de mãe, ela não recebeu instrução formal, como era comum no Brasil de seu tempo e suas perspectivas eram muito restritas, como também era o destino da maioria das mulheres da época. Mas a jovem manifestou um interesse incomum por práticas normalmente masculinas, como o manejo preciso de armas de fogo e destreza na equitação, qualidades desejáveis para qualquer homem que quisesse ingressar nas fileiras militares.
Depois da independência, o Brasil necessitava constituir sua própria força militar para montar sua força institucional de defesa, preservar sua autonomia dos riscos de um eventual rebaixamento colonial e para reprimir os movimentos fiéis à Portugal que permaneceram vivos. Teve início a campanha de alistamento militar e Maria Quitéria resolveu atender ao chamado, mas mulheres não eram admitidas nos quadros do exército imperial. Sua solução para isso foi adotar uma identidade falsa e se passar por homem, então ela se apresentou como José Cordeiro de Medeiros, nome de seu cunhado, e conseguiu ingressar no regimento de artilharia, na cidade baiana de Cachoeira.
O artifício de Maria Quitéria não durou e sua identidade foi revelada. Seu pai foi até o quartel para buscá-la, mas para sua surpresa não houve objeção para a permanência dela porque durante o treinamento, exercícios militares e na ação efetiva suas habilidades se sobressaíram e até seus oficiais reconheceram que ela era um quadro valioso para a corporação e o próprio D. Pedro I chegou a condecorar Maria Quitéria em 1823.
Quando seu serviço militar encerrou Maria Quitéria se casou e formou sua família. Viveu modestamente até seu último dia, falecendo em 1856, aos 61 anos, em Salvador.
A combatente foi reconhecida como patrona do corpo de oficiais auxiliares do Exército Brasileiro e seu nome foi registrado no Livro de Aço dos Heróis e Heroínas da Pátria.
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