A mitologia nórdica, oriunda das tradições antigas dos povos escandinavos, é dotada de histórias e lendas que eram marcantes para os antigos vikings e que hoje é objeto de bastante atenção e curiosidade. Caracteriza-se por um panteão de deuses e deusas, como Odin, Thor e Freya, habitando reinos místicos como Asgard e Midgard. Essa mitologia destaca-se por temas como o heroísmo, o destino e o conflito entre ordem e caos, simbolizados na profecia do Ragnarok, o fim do mundo e a subsequente renovação. Os mitos nórdicos são permeados por elementos mágicos, criaturas fantásticas e a valorização da bravura e da honra. As sagas e os poemas, como a Edda Poética, são as principais fontes dessas histórias, que até hoje influenciam a cultura popular, a literatura e as artes.
O panteão nódico apresenta particularidades como a dinâmica de relações entre dois clãs divinos, os Aesir e os Vanir. Os deuses de Aesir são muito associados à guerra, aos atos destemidos das conquistas e exercício do poder. Eles eram provenientes de Asgard, a imponente fortaleza celestial identificada como um dos Nove Mundos que compunham esta tradição mitológica. Figuras como Odin, Thor, Frigg e Tyr são os mais aclamados representantes dos Aesir. O clã Vanir tem como marca a atuação como promotores da fertilidade, prosperidade e magia. Seus membros provinham do mundo de Vanaheim e tinham como mais célebres membros os deuses Freya, Freyr e Njord. Os clãs chegaram a travar uma guerra celestial que acabou em uma conciliação, indicação de que as qualidades de ambos eram necessárias. Deuses dos dois grupos passaram a ser interagir de maneira cooperativa e até firmaram uniões familiares, instituindo a ordem divina.
Freya, uma das figuras mais veneradas na mitologia nórdica, é uma das divindades determinantes da integração entre os Vanir e os Aesir. Era a deusa do amor, da beleza, da fertilidade e da magia Seidr, que manejava os poderes de conhecer e dominar o destino. Filha de Njord e irmã de Freyr, dona de beleza incomparável, a deusa tinha importantes atribuições no âmbito divino e sobre a vida humana.
Seu papel era singular, pois a divindade do amor também era guerreira. A bela deusa que era invocada para promover as relações românticas e a fecundidade tinha sua faceta bélica, pois intervinha em combates e dividia com o poderoso Odin a definição de estabelecer os destinos dos guerreiros tombados em batalha, que ela recebia no seu salão Sessrúmnir, em Fólkvangr.
Freya era cultuada e honrada por rituais e práticas que celebravam seus atributos e que pediam por sua atuação em favor das causas para as quais a deusa tem o poder de agir. Esses rituais frequentemente coincidiam com festividades relacionadas à fertilidade da terra e ao ciclo da vida. As sacerdotisas de Freya eram as vǫlvas e estas mulheres sagradas conduziam as atividades, que envolviam oferendas como joias e objetos simbólicos, que depositados em altares ou espaços especialmente dedicados para este fim. As festividades que continham cantos e danças também incluíam sacrifícios de animais e ocasionalmente de pessoas, quando a necessidade exigia em casos de crises e carência nas safras.
Os símbolos vinculados à Freya eram seu colar mágico, o Brísingamen, sua carroça puxada por gatos e seu manto de penas de falcão que ela vestia para voar entre mundos e sua espada. A deusa e os aspectos fascinantes associados a ela estão espalhados através dos ricos escritos que narram os mitos e crenças dos povos antigos da Escandinávia, continuando a inspirar e a maravilhar até os dias de hoje.

