A alquimia é uma prática antiga que se originou na Grécia antiga e se desenvolveu durante o período medieval. É uma mistura de ciência, filosofia e magia que envolve a busca pela transmutação de metais inferiores em ouro e a descoberta da “pedra filosofal”, que concederia a imortalidade. A alquimia também envolveu a exploração de processos químicos e a busca por conhecimento e segredos ocultos. Ela estava enraizada em teorias da época, como os quatro elementos (terra, ar, fogo e água) e suas associações com sólidos regulares. A alquimia se espalhou para regiões além da Grécia, como o Egito e a região árabe, onde foram adicionados elementos místicos e esotéricos.
Os conhecimentos e práticas alquimistas eram abordados por pessoas dotadas de sabedoria e interesses incomuns e mulheres também faziam parte dos restritos círculos da alquimia.
A alquimista Cleópatra era egípcia, assim como a famosa rainha Cleópatra VII de quem tomou o nome emprestado (alquimistas antigos costumavam adotar nomes distintos que não eram os seus de nascimento), e viveu em Alexandria no século III, cidade que era um centro para a atuação de sábios de diversas áreas. As informações biográficas sobre Cleópatra, a Alquimista, são escassas e muitas vezes misturadas com lendas e mitos, mas ela é uma figura importante na história da alquimia e da química.
Ela frequentou a grandiosa Biblioteca de Alexandria e mantinha na cidade um local para exercer suas práticas e estudos. Seu nome é creditado como uma das quatro mulheres que foram capazes de produzir a substância conhecida como “pedra filosofal” e que era utilizada, segundo a tradição, para proporcionar a transmutação de metais simples em outro e para proporcionar rejuvenescimento ou estender a vida de quem a consumia. Este feito sinalizava o talento e o conhecimento de Cleópatra, que também se dedicou a desenvolver alguns dos recursos utilizados em seu trabalho e é creditada frequentemente como inventora do alambique, instrumento utilizado no processo de destilação.
Ela deixou uma obra enigmática, conhecida como a “Chrysopoeia de Cleópatra”, um documento que contém símbolos alquímicos, esboços de um alambique e anotações e foi um dos primeiros a mencionar o conceito de alquimia. Este trabalho é muitas vezes citado por alquimistas posteriores, podendo ser reconhecido como uma das primeiras obras científicas escritas por uma mulher.



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