Caroline Herschel (1750-1848) nasceu na Alemanha. Sua mãe era a principal opositora à ideia de que suas filhas devessem obter instrução, pois acreditava que as mulheres tinham a obrigação de cuidar dos afazeres domésticos. Caroline teve uma infância marcada por doenças, como varíola e tifo, que deixaram cicatrizes em seu corpo e comprometeram seu crescimento. Por isso, seus pais concluíram que ela não conseguiria um casamento. A solução encontrada foi fazer com que a jovem trabalhasse como empregada doméstica da própria família.
Enquanto Caroline estava submetida a uma vida limitada pela falta de oportunidades, seu irmão, William, mudou-se para a Inglaterra para viver como professor de música. Ele decidiu levar a irmã consigo, pagando uma empregada para substituí-la na casa da mãe – que, a princípio, não aceitou a ideia de ficar sem a serviçal. William assumiu a educação de Caroline, ensinando-lhe inglês, matemática e música.
William tinha uma paixão pela astronomia e montou seu próprio equipamento de observação espacial. Foi ele quem identificou Urano em 1781, o que lhe rendeu reconhecimento da comunidade científica britânica e a oportunidade de viver da astronomia. Enquanto isso, Caroline havia se estabelecido como cantora de música erudita, carreira que adotou por incentivo do irmão.
Caroline acompanhou William e começou a ser treinada como observadora astronômica. Em um ano de trabalho, conseguiu identificar quatro cometas, tornando-se uma especialista nesses corpos celestes. Juntos, os irmãos formaram uma produtiva parceria nos estudos da astronomia, explorando diferentes regiões do espaço e ampliando significativamente o conhecimento sobre nebulosas. Em 1787, Caroline também foi reconhecida como astrônoma profissional, recebendo remuneração paga pela Coroa Britânica, tornando-se a primeira mulher a exercer a astronomia oficialmente como profissão.
Com a continuidade do trabalho, Caroline compilou dados para a elaboração de um catálogo de referência para os registros e estudos de estrelas identificadas (com várias dessas “descobertas” feitas por ela). Com a morte de William, em 1822, Caroline voltou para a Alemanha, mas já como uma cientista respeitada. Ela continuou ativa e, aos 75 anos, contribuiu para a atualização do catálogo estelar, o que lhe rendeu reconhecimento.
Durante sua carreira Caroline recebeu importantes prêmios em reconhecimento ao mérito de seus estudos astronômicos. O último deles foi concedido aos 95 anos de idade, dois anos antes de sua morte, em 1848.


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