Nascida em 1412, Joana D’Arc é talvez a personagem histórica mais conhecida da Idade Média. Contudo, existe a possibilidade de seu nome não ter sido exatamente esse, uma vez que em vida ela foi identificada como Jehanne Romée, Jehanne de Vouthon e Jehanne la Pucelle (nome citado em seu julgamento). Sua assinatura continha apenas o primeiro nome, Jehanne (grafia antiga para Jeanne, que em português equivale a Joana). Há quem acredite que ela nem mesmo conhecesse seu sobrenome, já que D’Arc começou a ser associado a ela muito tempo após sua morte, por ser esse o nome de seu pai, Jacques Darc. No século XV, não se usavam apóstrofos nos nomes em francês. Além disso, o costume na França de seu tempo era que as mulheres recebessem os sobrenomes de suas mães. Neste contexto, sua mãe era identificada como Isabelle Romée ou ocasionalmente como Isabelle de Vouthon.
A heroína nacional da França nasceu em uma região rural, em uma família camponesa profundamente religiosa. Desde jovem, afirmava ter visões e que recebia mensagens divinas de que deveria ajudar a libertar a França do domínio inglês. Naquela época, os dois reinos enfrentavam o longo conflito da Guerra dos Cem Anos (1337-1453), e a França estava em grande turbulência, com seu território, a legitimidade da coroa e a estabilidade institucional e econômica ameaçados. O rei Carlos VI estava doente e sob pressão de parentes e nobres que almejavam o trono ou influência sobre o herdeiro, o jovem delfim (título do herdeiro do trono francês). Muitos até se alinharam aos interesses ingleses. Com a França dividida, o rei inglês Henrique V viu uma oportunidade e invadiu o país em 1415, complicando ainda mais a situação. Em 1422, os monarcas da França e da Inglaterra morreram, deixando pendências, pois o trono francês foi reivindicado tanto pelo filho do rei inglês quanto pelo delfim, acentuando as tensões de guerra.
Joana, ainda menina, presenciou as ações dos ingleses em sua cidade natal, Domrémy, no noroeste da França, e assimilou os sentimentos da população local. Segundo a tradição, aos 13 anos, ela teria visto São Miguel Arcanjo e, posteriormente, as santas virgens e martirizadas Margarida de Antióquia e Catarina de Alexandria. Somado às visões, antigas profecias populares falavam de uma donzela guerreira que surgiria para libertar o país. Influenciados por esses elementos místicos e pela determinação de Joana, muitos começaram a acreditar que ela era a anunciada salvadora. Ela, então, buscou convencer os nobres dessa predestinação. Em 1429, conseguiu encontrar-se com o herdeiro francês, prometendo assegurar sua coroação. Depois de ser integrada ao exército, foi enviada a Orléans. Na linha de frente, mesmo sem treinamento, os franceses conquistaram uma vitória importante com a retirada dos ingleses, ampliando a popularidade de Joana, agora chamada de A Donzela.
Em missões subsequentes na Campanha do Loire, sua presença animava os soldados, que sentiam-se protegidos por ela. Conquistaram novas vitórias, e Joana passou a atuar também como conselheira dos comandantes. Cumprindo sua promessa, o delfim foi coroado, como Carlos VII tornando-se Rei da França sob a testemunha de Joana. Após várias vitórias, a primeira grande derrota aconteceu na tentativa de tomar Paris. Surgiram então discordâncias entre Joana e o rei. Carlos VII adotou uma postura cautelosa, enquanto Joana defendia uma ação mais ofensiva. Suas alegadas orientações divinas passaram a ser questionadas, assim como sua reputação. Decidida a atuar em missões voluntárias, sem o aval formal do rei, obteve alguns sucessos e também derrotas. Contudo, em uma dessas missões, foi capturada por forças francesas leais aos ingleses em maio de 1430 e, posteriormente, entregue aos britânicos.
Joana foi acusada de heresia, tendo suas visões atribuídas ao Diabo e seu comportamento classificado como blasfemo. Os rituais exaustivos de julgamento se prolongaram, enquanto sua saúde deteriorava sob a custódia de seus algozes. Julgada em um ambiente hostil pelos inimigos que enfrentara, foi negado a ela o direito de defesa e o acesso a um advogado. Apesar de tentar apelar para a intervenção papal, recebeu, inicialmente, uma condenação à prisão perpétua. Porém, ao desobedecer novas ordens – como a de vestir-se com trajes femininos – foi entregue às autoridades seculares e condenada à morte. Foi executada na fogueira em 30 de maio de 1431, com apenas 19 anos. Sua condenação foi anulada 20 anos depois pelo Papa Calisto III, após uma investigação solicitada por Carlos VII evidenciar as ilegalidades de seu julgamento. A guerra terminou dois anos após esse fato.
Joana D’Arc foi canonizada pela Igreja Católica e é santa a padroeira da França.


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