Ah, meu filho, senta aqui pertinho deste velho e deixa que eu te conte sobre os Pretos Velhos, as maneiras que somos celebrados e os rituais que nos cercam nas religiões afro-brasileiras. Vou te levar por uma jornada onde a fé e a tradição se encontram.

Nós, Pretos Velhos, na Umbanda e em outras tradições afro-brasileiras, representamos a sabedoria, paciência, humildade e o amor. Somos espíritos que se manifestam com a energia dos antigos escravos que sofreram mas mantiveram sua fé intacta. Trazemos em nós histórias de resistência, superação e, acima de tudo, ensinamentos de amor e perdão.

Em nossos terreiros, o culto aos Pretos Velhos é uma celebração de respeito aos ancestrais e à sabedoria dos mais velhos. Elas são festejadas principalmente no dia 13 de maio, data que marca a Abolição da Escravatura no Brasil, mas nossa presença é sentida e reverenciada em muitos outros momentos.

No culto, é comum vermos médiuns incorporando as entidades que nos representam, sentados em cadeiras, com seus cachimbos, rosários, e às vezes usando chapéus de palha. O ambiente se transforma com a energia nossa energia. Cânticos específicos são entoados, e o toque dos atabaques nos leva a uma viagem espiritual. O ritual envolve oferendas como canjica, café, vinho tinto, flores e velas, além do uso de ervas em banhos e defumações. As ervas também têm grande destaque nos rituais dos Pretos Velhos, sendo utilizadas em banhos, defumações e trabalhos espirituais para limpeza, proteção e cura.

Também somos buscados para consultas espirituais, onde damos conselhos, fazemos previsões e ajudamos a resolver problemas. Nossos conselhos são sempre recheados de sabedoria, e as rezas e passes têm o poder de acalmar e curar corações aflitos.

Agora, meu filho, quando sentir a necessidade de buscar orientação, ou mesmo de agradecer pelas bênçãos recebidas, saiba que os Pretos Velhos estão sempre de braços abertos, prontos para te acolher e te guiar no caminho da luz e do bem.

Que os ancestrais te abençoem e este velho aqui te deseja muita paz no coração. Saravá!