Júlia Agripina, também conhecida como Agripina Menor, neta do imperador Augusto, sobrinha do imperador Tibério, irmã do imperador Calígula, esposa do imperador Cláudio e mãe do imperador Nero, enfim, foi parente de todos os 4 imperadores romanos até então e a mulher mais poderosa de Roma. Ela nasceu em Oppidia Ubiorum, na Germânia (atual território da Alemanha), no ano 15 da Era Cristã e sempre viveu cercada das pessoas mais influentes do império.
Tibério determinou seu casamento com Cneu Domício Ahenobarbo, distinto membro da família imperial, quando Agripina tinha apenas 13 anos de idade e com ele teve seu filho Lúcio, o futuro imperador Nero. Quando Tibério morreu, seu sobrinho Caio que foi adotado como sucessor (e mais conhecido como o infame Calígula), consagrou-se imperador e Agripina recebeu novos privilégios como irmã do soberano, mas a paz com o irmão não foi duradoura. O comportamento e a condução de governo de Calígula eram grandes problemas e ela se aliou ao respeitado Lépido, que era casado com sua irmã Drusila e articulava uma silenciosa tomada de poder. Foi acusada de conspiração, exilada e Lúcio foi deserdado pelo tio.
Depois do assassinato de Calígula, em 41, seu tio Cláudio tornou-se imperador e restaurou os privilégios de Agripina e de seu filho. Agripina ficou viúva no mesmo mês da morte do irmão, tentou casamentos com figuras importantes e foi recusada até, enfim, casar-se com Caio Salústio Passienus Crispus, homem rico e também bem posicionado nas relações com a alta nobreza romana. Seu segundo marido morreu em 47 e deixou uma vultosa herança para Agripina e Nero.
Depois de ficar viúva pela segunda vez, se casou com Cláudio depois que sua esposa Valéria Messalina caiu em desgraça, então virou imperatriz, recebeu o título de Augusta e teve atuação ativa na vida política romana, sendo uma forte influência no governo do marido. A relação conjugal não se sustentou na paz e tranquilidade e mesmo assim Agripina conseguiu fazer com que o imperador nomeasse seu filho como sucessor e a morte de Cláudio após este ato acabou levando suspeitas de que ela matou o marido recorrendo a um preparo mortífero feito pela envenenadora Locusta para precipitar a coroação de Nero.
Quando Nero ascendeu ao trono tinha apenas 16 anos e Agripina se posicionou como regente, mas o jovem imperador foi tomando o controle da situação e passou a querer distância da interferência pessoal e política da mãe. Os conflitos entre mãe e filho foram ficando cada vez mais sérios, sobretudo quando Agripina se opôs ao divórcio de Nero com a nobre Cláudia Otávia para se casar com Poppaea Sabina. Como as divergências entre eles eram cada vez mais extremas, Nero resolveu se livrar da mãe da pior forma possível: encomendando seu assassinato. São atribuídas tentativas malsucedidas para matar Agripina. Em uma situação foi proporcionada uma sabotagem para que ela morresse num desabamento, mas a mãe do imperador escapou. Outro caso, também de sabotagem, implicou no afundamento de uma embarcação que a transportaria, mas ela conseguiu escapar nadando. Como os planos mirabolantes não funcionaram, recorreu-se ao velho método de ordenar que um assassino fosse ao encontro de Agripina para matá-la com golpes de punhal. Seu assassinato aconteceu no ano 59, ela tinha 43 anos.
Os ritos funerais de Agripina foram propositalmente simplórios para alguém em sua posição social. Sua reputação foi atacada mesmo depois da morte através de boatos e acusações. No rastro das tramas nas quais Agripina se viu envolvida há também uma série de supostas ou evidentes de vítimas de seu poder e conspiração, incluindo rivais de Nero e dois de seus maridos, mas também fez vítimas por motivos fúteis, como o político Titus Statilius Taurus – que se matou depois de sofrer perseguições de Agripina, que queria se apossar de seus famosos jardins – e ainda a cortesã Calpúrnia, assassinada porque Cláudio certa vez elogiou sua beleza.


[…] também era considerado chocante. Seus alegados casos incestuosos com as próprias irmãs, Agripina, Drusila e Lívila, foram amplamente comentados, mesmo elas tendo seus maridos. Quando Drusila, a […]
[…] conseguia se safar. Numa dessas ocasiões, quem a procurou (e a libertou de mais uma prisão) foi Agripina, uma pessoa muito poderosa com uma extensa lista de inimigos e alvos a eliminar. Locusta passou a […]