Seu nome de nascença não é conhecido, mas Bíawacheeitchish foi a líder e guerreira do povo Crow em um conflituoso contexto para os povos indígenas nos EUA. Ela nasceu em 1806 e era nativa do povo Gros Ventres (“Argila Branca”), mas não são registradas informações biográficas de familiar biológica ou infância até os 10 anos de idade, ocasião em que a menina foi raptada por indígenas Crow e levada para viver entre eles e assimilar sua cultura. Entre os Crow ela foi adotada pelo chefe guerreiro que havia perdido seus filhos naturais e ele treinou a jovem nas práticas de combate, manejo das armas tradicionais e montaria, revelando que ela tinha enormes habilidades para atuação como guerreira. Dos Crow ela recebeu o nome pelo qual ficou conhecida (Bíawacheeitchish significa literalmente “Chefe Mulher”) porque era exímia guerreira e sucessora de seu pai adotivo.

Ela era reconhecida como uma “Dois Espíritos”, forma que era empregada pelos indígenas para identificar uma pessoa com variantes de gênero (que abrigavam um espírito de homem e outro de mulher num único corpo), mas em seu caso ela não adotou o hábito de se apresentar como homem e continuava se vestindo com trajes femininos mesmo tendo relacionamentos com outras mulheres. Depois de investida como chefe, após a morte do pai, Bíawacheeitchish assumiu quatro esposas.

Sua fama como guerreira teve início por ocasião dos ataques dos Siksikáíítsitapi (“Pés Pretos”) contra os Crow, ocasião em que teve destaque lutando na defesa do povo que a adotou a ao qual foi integrada e posteriormente pela formação de seu próprio grupo de guerreiros que realizavam ferozes ataques aos assentamentos dos inimigos, situações nas quais roubavam cavalos e traziam escalpos dos guerreiros Siksikáíítsitapi que vitimavam. Sua reputação foi também respeitada entre outras tribos e assim ela foi admitida no Conselho de Chefes, que representava várias aldeias e povos aliados e tinha o destaque de ser a terceira figura na linha hierárquica das lideranças indígenas. Como liderança seu papel destacou a política de pacificação entre os próprios povos nativos, conseguindo apaziguar as relações entre Gros Ventres e os Crow, conciliando as relações entre aqueles de sua origem tribal e povo que a raptou e educou.

Os brancos que conheceram sua atuação a comparavam em seus registros a uma amazona dos mitos gregos tamanha era sua proeminência como guerreira. Ela morreu entre os Gros Ventres em 1858.