Uma das mais incríveis construções romanas foi a Cloaca Maxima, obra iniciada sob o reinado do etrusco Tarquinio Prisco e que consistia em um incrível sistema de esgoto subterrâneo que recebia e drenava os dejetos e evitava alagamentos na cidade. O esgoto de Roma não tinha apenas sua função sanitária, pois era também associado a uma divindade. Nos primórdios de Roma sabinos e os primeiros romanos celebraram a paz às margens de um riacho perto de um antigo santuário para Cloacina, a deusa etrusca da purificação, que depois passou a ser adotada pelos romanos sendo reconhecida como Vênus Cloacina.

Cloacina era desde cedo associada à limpeza, prevenção de doenças e purificação do ato sexual, então pareceu conveniente que colocassem sob sua proteção divina as estruturas sanitárias romanas. A ela eram dedicados ritos que não são completamente conhecidos hoje, mas que costumavam envolver incensos e banhos. Os romanos chegaram a cunhar moedas com a face da deusa para jogar nos cursos de água como forma de oferenda. Um santuário no Forum era mantido em sua honra e devoção.

Contar com proteção divina para líder com os riscos da imundície era uma providência importante para os romanos, pois a sujeira já era reconhecida como um problema sério. O acúmulo nojento proporcionava enxames de moscas virassem como um verdadeiro tormento, além de proporcionar o crescimento da população de ratos que entravam e saíam dos bueiros fedidos e dos assombrosos e ocasionais fenômenos explosões de causadas por metano. A manutenção do obvio serviço de manutenção das estruturas sanitárias era indispensável, mas era confortante saber que a deusa Cloacina também estava atenta aos males da sujeira e estava zelando pela população.

Sendo uma divindade da purificação e limpeza, além de associada à Vênus, a representação de Cloacina não era afetada por sua ligação com esgotos, latrinas e canais sanitários, pois sua forma era bela e límpida. Ela podia até ser a padroeira dos esgotos, mas não era contaminada por eles.