A vingativa pirata medieval Jeanne de Clisson, a Leoa da Bretanha

Representação visual gerada pela IA Midjourney

Jeanne de Clisson, também conhecida como Jeanne-Louise de Belleville, foi uma nobre bretã do século 14 que se tornou famosa por sua carreira como pirata e corsário nas águas do Canal da Mancha. Nasceu em 1300 em Belleville-sur-Vie, na Bretanha, e veio de uma família nobre influente.

Jeanne casou-se pela primeira vez aos 12 anos com Geoffrey de Châteaubriant, com quem teve dois filhos. Após a morte de Geoffrey, ela se casou novamente com Olivier III de Clisson, um nobre rico e influente. O casal teve cinco filhos juntos. Durante a Guerra da Sucessão Bretã, Olivier foi acusado de traição por Charles de Blois, amigo de infância de Olivier, e condenado à morte por decapitação em 1343.

A morte de seu marido causou grande raiva em Jeanne, que jurou vingança contra a nobreza francesa, especialmente o rei Filipe VI, que aprovou a execução. Jeanne chegou a levar seus filhos para o local em que a cabeça decepada do pai estava exposta para fazê-los também ter o desejo de se vingarem. Ela vendeu todas as suas terras e propriedades que o rei não confiscou para financiar sua busca por vingança e formou a famosa “Frota Negra”, que consistia em três navios de guerra pintados de preto com velas vermelhas e que se tornaram símbolos de sua revolta.

Jeanne navegou pelo Canal da Mancha, atacando e saqueando navios franceses. Sua crueldade em ação era notória e ela era reconhecida por decapitar pessoalmente prisioneiros com um machado antes de jogar seus corpos ao mar. Ela deixava apenas alguns sobreviventes para contar a história de seus ataques brutais. Sua ferocidade e implacabilidade a tornaram uma figura temida em toda a Europa, lhe valendo o apelido de “Leoa da Bretanha”. Durante sua carreira como pirata, Jeanne se aliou aos ingleses, lutando ao lado deles na Guerra dos Cem Anos contra os franceses. Ela atacava navios franceses e cidades costeiras, causando grande destruição, tornando-se uma inimiga perigosa. Mesmo depois da morte de Filipe VI, seu inimigo jurado, em 1350, era continuou agredindo a França, ajudando a garantir que o controle francês não se impusesse sobre toda a Bretanha.

Ela só decidiu se aposentar seis anos após a morte do rei da França e se casou pela terceira vez com Sir Walter Bentley, membro da corte do rei Eduardo III da Inglaterra. Jeanne passou seus últimos anos na Bretanha, vivendo no castelo Hennebont, no baronato de La Roche-Moisan. Ela morreu uma semana após a morte de seu marido, em dezembro 1359.

2 comentários

Deixe um comentário