Zé Pelintra, ou Zé Pilintra, é uma figura folclórica e uma entidade espiritual muito conhecida nas tradições afro-brasileiras, especialmente na Umbanda e no Catimbó. Sua origem remonta ao Nordeste do Brasil, onde é reverenciado tanto nos catimbós quanto nos terreiros de umbanda. Zé Pelintra é parte da linha de trabalho dos malandros nessas religiões.

Como entidade, Zé Pelintra desempenha várias funções. Ele é considerado o espírito patrono dos bares, dos locais de jogo e das sarjetas, simbolizando o universo do malandro. No entanto, é importante destacar que ele não está associado a entidades negativas, sendo mais uma transcrição arquetípica do malandro brasileiro. Sua imagem é marcada pela elegância e irreverência, caracterizando-se pelo traje comum de terno branco, sapatos bicolor, gravata grená ou vermelha e chapéu panamá com fita vermelha ou preta.

Zé Pelintra é conhecido por sua habilidade na sinuca e é invocado para trazer alegria, sorte, proteção e auxiliar em questões domésticas, de negócios e financeiras. Ele é considerado um mestre juremeiro no catimbó e um guia da linha do Povo da Malandragem na umbanda. Zé Pelintra também pode incorporar em giras de exus e pretos-velhos, mesmo não sendo propriamente dessas linhas de trabalho.

Sua popularidade concentra-se especialmente no Rio de Janeiro, onde seus seguidores se reúnem nos ambientes urbanos. No entanto, ele também é cultuado no Nordeste do Brasil, entre os catimbozeiros, e em áreas rurais por todo o país. Zé Pelintra é considerado um protetor das classes menos favorecidas, ganhando o apelido de “Advogado dos Pobres” pela assistência espiritual e material que oferece.

Embora a existência de Zé Pelintra não seja comprovada objetivamente, sua importância está ligada às práticas religiosas e espirituais de determinadas comunidades e tradições. Seu mito é contado e reverenciado, e ele é visto como um mestre-sala do universo brasileiro, representando a irreverência, a ginga, o deboche e a sabedoria popular. Zé Pelintra prega a caridade e a tolerância religiosa, ensinando que todos são aprendizes e que o respeito ao próximo é fundamental para o progresso da sociedade. Na umbanda e no catimbó, ele é uma entidade que busca ajudar e auxiliar aqueles que o procuram, fazendo suas orações pelo povo do mundo, independentemente de suas religiões.