Nascida em Brustem, na atual Bélgica, teve uma juventude marcada por doenças e aos 21 foi dada como morta depois de uma convulsão epiléptica. Durante seu velório ela acabou acordando logo após o Agnus Dei, então ficou sentada no caixão espantada e deu um salto até se agarrar em uma viga no teto da igreja, deixando em pânico as testemunhas desse ato tão espantoso.
O comportamento de Cristina depois do incidente passou a ser bastante incomum. Ela dizia a todos que morreu e durante sua morte visitou o Inferno e o Céu, convencendo muita gente disso. Ela sempre reclamou do fedor dos pecados, passou a perambular sozinha por lugares remotos, escalava torres, subia em árvores, nadava por horas em rios congelados no inverno, dizia se comunicar com almas perdidas, ela afirmava que podia levitar e diziam que ela chegou a se enfiar em um forno em brasas. Sendo acusada de loucura, chegou a ser detida algumas vezes e até agredida. Vivia mendigando e vestida com trapos, mas estava sempre fazendo orações e prestava aconselhamentos espirituais a quem a procurasse para este fim. Já em idade avançada acabou sendo confinada no convento de Santa Catarina em Saint-Trond (também na Bélgica), onde seu comportamento estranho foi contido. Morreu de causas naturais aos 74 anos de idade.
O túmulo de Cristina tornou-se um local de peregrinação e ela foi posteriormente canonizada como santa pela devoção popular, embora sua veneração não tenha sido formalmente aprovada pela Igreja Católica. Ela é venerada por seus fiéis como padroeira daqueles que sofrem de doenças mentais, epilepsia e outros distúrbios neurológicos.
Representação visual gerada pela IA Midjourney


[…] Santa Cristina, a Surpreendente ou Cristina Mirabilis (1150-1224) […]