Lautaro, um líder indígena que abalou o domínio espanhol

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Lautaro, cujo nome original era Leftraru (que significava “Gavião Ligeiro”), nasceu por volta de 1534 na região de Trehuaco, no Chile. Ele era filho de Curiñancu, um cacique mapuche. Aos 11 anos, em 1546, foi capturado pelas tropas de Pedro de Valdivia durante uma expedição nas proximidades de Concepción. Lautaro foi levado como prisioneiro e se tornou um “yanacona”, que o significa “escravo” na língua dos indígenas.

Por quase seis anos, ele viveu entre os espanhóis, sendo forçado a servir como pajem pessoal de Valdivia, mas durante esse período, Lautaro observou atentamente as táticas de guerra dos espanhóis, aprendendo seus segredos, estratégias e até mesmo o domínio da arte da equitação. Ele se tornou um cavaleiro habilidoso, superando o medo dos cavalos que antes o intimidava.

Apesar de seu papel de serviçal, Lautaro manteve firme a ideia de fugir de tal condição e lutar ao lado de seu povo, desejo reforçado por ter testemunhado punições cruéis infligidas por Valdivia aos mapuches derrotados em batalhas. Finalmente, em 1552, Lautaro encontrou o momento oportuno para sua fuga. Montando um cavalo, ele se libertou do cativeiro espanhol e retornou ao seu povo. Sua fuga não foi perseguida pelos espanhóis, que subestimaram a habilidade e a determinação desse jovem líder.

Ao se reunir com os mapuches e seus caciques, Lautaro se revelou como um estrategista brilhante e um líder carismático. Ele foi eleito general em 1553 e uniu as tribos mapuches em uma resistência unificada contra os invasores espanhóis. Inspirando-se nas táticas militares espanholas que havia aprendido durante seu cativeiro, Lautaro organizou suas tropas em companhias e ensinou-lhes as artes da guerra.

Lautaro conduziu seus guerreiros em uma série de vitórias impressionantes. Em dezembro de 1553, liderou um ataque audacioso às tropas espanholas, capturando o Forte Tucapel e infligindo uma derrota humilhante a Valdivia. Os êxitos foram depois seguidos de condições desfavoráveis por conta de epidemias e colheitas insuficientes para abastecer os indígenas, situações críticas que impediram a continuidade das campanhas contra os invasores. As adversidades culminaram com a ocorrência de atos de traição que precipitaram sua derrota e assassinato em abril de 1557.

Sua morte deixou o exército mapuche em ruínas, mas sua coragem e liderança inspiraram os mapuches em um longo processo de resistência contra o domínio espanhol.

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