Relações entre Irã e EUA

O jornalista Stephen Kinzer conedeum uma entrevista em sua casa, em Cape Cod, Massachusetts, ao correspondente Jorge Pontual. Nela Kinzer analisa a conturbada relação entre os Estados Unidos e o Irã, que tem piorado nos últimos tempos.

“Os EUA precisam reconhecer os erros do passado para acabar com uma inimizade que há 30 anos impede um diálogo com o Irã”. Esse é o principal argumento do jornalista norte-americano Stephen Kinzer, ex-correspondente do New York Times no Oriente Médio e autor do livro “Todos os Homens do Xá”, que procura analisar a atual relação entre Teerã e Washington à luz do envolvimento dos americanos na história política iraniana.

Para Kinzer, os EUA conseguiram o que parecia difícil: suplantaram o ódio iraniano contra a Grã-Bretanha, o antigo colonizador, e, sozinhos, se tornaram o alvo prioritário do ressentimento dos aiatolás. “O mais irônico é que o cidadão comum iraniano admira os Estados Unidos”, conta ele.

Kinzer explica que a política externa norte-americana comete uma série de erros elementares com relação ao Irã porque eles próprios não se lembram — ou não reconhecem — que foi a CIA quem derrubou o primeiro governo democraticamente eleito no Irã, do presidente Mohammed Mossadegh. No lugar, impuseram a ditadura pró-EUA do Xá Reza Pahlevi, que só foi derrubado com a Revolução Islâmica liderada pelo aiatolá Khomeini, em 1979.

“Os objetivos da política externa do país são tão absurdamente próximos que, se não fosse pela teimosia dos americanos, já teria chegado a hora de trocar os velhos aliados na região, Israel e Arábia Saudita, por novos parceiros muito mais eficientes para resolver o imbróglio no Oriente Médio: Irã e a Turquia”, revela Stephen Kinzer.

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